Ave César, os que vão morrer te saúdam …

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Esta frase milenar, proferida pelos gladiadores na arena do circo romano, ao seu imperador, ainda perdura e se aplica, “ad aeternum”, a uma série de situações.

Ainda hoje pode ser o silencioso clamor dos inocentes condenados aos seus juízes e executores.
Dos que prestam serviço militar obrigatório e são mandados para a guerra sem nenhuma garantia de sobrevivência.
Dos fracos e humildes aos seus prepotentes agressores.
Dos povos oprimidos aos seus ditadores, tiranos e opressores.
Das vítimas do abuso do poder e da autoridade aos detentores do poder e da autoridade.
Dos pacientes diante dos medicamentos ineficazes ou tratamentos caríssimos e inacessíveis.
Dos usuários que esperam meses na fila do SUS, e morrem sem ser atendidos, aos seus gestores.
Dos contribuintes que pagam tudo ao impiedoso Estado arrecadador de impostos.
Dos povos enganados aos maus governos e parlamentos que elegeram. Das vítimas indefesas de roubos e assaltos aos ladrões e assaltantes armados.
Dos rebanhos humanos aos seus pastores.
Das vítimas da lei aos doutores da lei.
Dos carcerários ao terrível sistema carcerário.
Das vítimas da corrupção aos corruptos e corruptores.
Das crianças carentes e abandonadas às instituições e programas corruptos que arrecadam em seu nome e desviam estas verbas para outras finalidades como é o caso, entre outros, do roubo das merendas escolares.
Das vítimas das guerras, massacres, venenos e epidemias que morrem aos milhares pelo mundo afora.
Dos povos mal remunerados, miseráveis e famintos, ao descaso e à negligência cada vez maior de seus países e governos.

Luciano Machado — 04.01.2016.

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