A seleção da minha pátria

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Sou gremista, mas sou dos poucos brasileiros que gosta mais da Seleção do que do clube. Embora vivamos um momento de baixa estima nacional, isso não me abate. Essa história de que futebol é circo e pão é ignorância, pergunte a um uruguaio, argentino ou aos europeus. Futebol faz parte da nossa cultura popular, provê milhares de empregos, há muita ação social para crianças na alma da queridinha da nação. Mesmo que tenham conspurcado a camiseta dela no engajamento político brasileiro, isso não importa mais porque o amarelo dela fulge como a luz do sol. O futebol é democrático, é paixão, alegria, uma entidade protegida mundialmente pelo amor à arte. Por ele nascem redentores, como o Maradona na época da guerra das Malvinas, onde a Argentina humilhada pela Inglaterra ergue sua autoestima com o gol épico inesquecível de Maradona na Copa de 1986, eliminando a Inglaterra e sendo campeã. A seleção das nossas seleções, a de 70, surgiu do fiasco em 1966 ao ser eliminada ainda na 1ª fase. Embora marcas patrocinadoras abusem do patrocínio redundando em corrupção, mesmo assim, a limpeza foi feita, dirigentes da FIFA e entidades filiadas de todo o planeta estão na cadeia por isso.
O maracanazo não me atingiu, pois sequer eu era nascido, e muito menos o 7×1 para a Alemanha. Ganhando ou perdendo, adoro nossa Seleção, ela é coração e alma do brasileiro, tem derrotas dolorosas, é verdade, mas tem belas histórias, com muito mais vitória dentre todas as seleções, é a única com 20 participações e 70 vitórias, foi a 7 finais e venceu 5. Só a Alemanha foi mais as finais que a nossa seleção, foram a 8 vezes, mas venceram só 4. Assim que, nesta copa vou colocar minha bandeira na varanda como faço no dia da independência do nosso país e fazer como fiz em todas as Copas, me deliciar de todos os jogos confortavelmente na minha poltrona pensando no estimado escritor uruguaio Eduardo Galeano, ele fazia o mesmo com sua amada celeste e certamente a acompanhará em outra dimensão, torcendo comigo para ver quem vai a final na Rússia: as nossas Seleções, ou da Alemanha, da Nigéria ou até do Irã. Tanto faz, nessa festa mundial do futebol vou aproveitar para aprender um pouco de geografia política numa boa, sem o menor peso de moralismo preconceituoso porque não julgo os jogadores, apenas admiro a arte do futebol. Boa Sorte Seleção! Te amo Brasil!

FILOSOFIA NA COPA

A arte de citar filósofos famosos para parecer mais inteligente dar peso e seriedade ao discurso é antiga e não se restringe a políticos ou apresentadores de TV. Afinal, como dizia Platão, “A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento”. Então, como não trazer aqui um dos escritores e filósofo da Rússia que mais gosto: DOSTOIÉVSKI. Ele inspirou os existencialistas, em Os Irmãos Karamazov, é permitido a todo indivíduo que tenha consciência da verdade regularizar sua vida como bem entender, de acordo com os novos princípios. Neste sentido, tudo é permitido […] Como Deus e a imortalidade não existem, é permitido ao homem novo tornar-se um homem-deus, seja ele o único no mundo a viver assim.

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