A experiência ensina

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O poeta José Hernández nos deu muitas lições através do que escreveu em seu poema épico “Martín Fierro”. Um dos versos diz assim: “El diablo sabe más por viejo do que por diablo”, ou seja, a idade lhe deu experiência e sabedoria e por isto jamais se pode desprezar os conhecimentos de alguém adquiridos com o tempo. Isto se aplica a toda a atividade humana.

O Lula deve ter contratado sem medir o preço vários advogados e conselheiros que diariamente devem estar estudando as melhores estratégias para fazer a sua defesa não só nos autos dos processos a que responde, mas por todos os meios de comunicação que estejam a seu dispor. No entanto, pelo que se nota não estão levando em consideração a experiência dos mais idosos que sempre recomendaram que se deva ter parcimônia, calma e sobriedade quando se está percorrendo caminhos com muitos obstáculos que se antepõem na trajetória processual.

É evidente que o ataque constante e orquestrado a juízes, MP, PF e a imprensa foi pensado como uma maneira de mobilização popular, a fim de que a voz das ruas que ele acredita ainda ter a seu dispor, criasse um ambiente de intimidação aos julgadores que estão envolvidos nos processos a que ele responde.

Diz um velho adágio popular que não se deve mexer com vara curta em casa de marimbondo, pois o Lula e seus orientadores resolveram passar para o ataque desmedido contra estas corporações e quem mais estejam envolvidos no julgamento dos processos criminais movidos contra ele. Lembram quando ele disse: “Nem quero que o Moro me absolva, quero que ele me peça desculpas”. Em algum dia ele teria a resposta.

O ex-governador Sérgio Cabral resolveu fazer comentários desabonadores à família do juiz federal Marcelo Bretas que dirige os processos nos quais ele é réu. Viram o que deu? Foi para um presídio em Curitiba incomunicável por 15 dias e lá vai ver o que é bom numa penitenciária sem qualquer regalia.

O Lula vai pelo mesmo caminho. Desafiou a quem jamais poderia ofender ou menosprezar ao dizer que não aceita e não cumprirá as decisões judiciais. Estas declarações tiveram o propósito de desmoralizar uma ordem judicial e agora, com certeza, começará a ver o resultado de seu comportamento.

Teve o seu passaporte aprendido e não é de duvidar que mais cedo ou mais tarde algum juiz decrete a sua prisão preventiva em alguns dos processos que ele responde. Se este ato judicial vier a ocorrer, não será surpresa para os operadores do Direito, porque as circunstâncias estão sendo oferecidas pelo próprio Lula ao se pronunciar em manifestações populares sobre a sua intenção de não aceitar os ditames judiciais e buscar apoios em outros países.

É preciso ter presente que “a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria”.

No dia do julgamento do TRF4 em Porto Alegre não se viu as costumeiras arruaças, invasões e depredações que anteriormente já haviam sido orquestradas em diversos pontos do país, porque a demonstração da força coercitiva do poder público foi tão significativa que se alguém pensou anteriormente em tumultuar a cidade, percebeu que a repressão estaria ali com muita rapidez e energia.

Por isto não seria estranho ou surpreendente que algum juiz ponha ordem e um fim nestas manifestações de desobediência e desabonadoras e que repercutem contra a atividade jurisdicional em todo o território nacional.

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