Amistad

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Encerrados no porão do navio negreiro chamado “Amistad”, um dos escravos (Djimon Hounsou), a duras penas consegue abrir o cadeado e se desvencilhar do jugo das correntes.

Em seguida, libertando os outros companheiros, atacam o convés e matam quase todos os tripulantes, menos dois, que são conservados como reféns para reconduzir o navio ao porto de origem.

Mas estes dois indivíduos conseguem enganá-los e conduzem o navio à costa americana, onde o navio é apreendido e os negros aprisionados.

Os dois tripulantes brancos informam às autoridades que houvera uma chacina no navio e que, da tripulação, somente eles haviam sobrevivido.

A partir daí segue-se uma série de interrogatórios e julgamentos onde se procura descobrir quem está com a verdade, se aqueles dois sujeitos ou outros comerciantes de escravos que se apresentam no decorrer do processo reclamando a carga roubada de um navio de escravos originário de Cuba.

E como os negros não falam inglês nem espanhol, fica difícil se comunicarem para darem também o seu depoimento e explicarem o que realmente aconteceu.

Um jovem advogado (Matthew McConaughey) intercede, a pedido de um abolicionista (Morgan Freeman), a favor dos negros e os absolve em primeira instância.

Mas o presidente americano, pressionado pelos escravocratas, anula este e os sucessivos julgamentos em diferentes tribunais pelo mesmo advogado.

Até que surge a figura de um ex-presidente e veterano jurista já aposentado (Anthony Hopkins) que, por insistência do jovem advogado e do empresário e abolicionista (Morgan Freeman) consegue, através de um intérprete, descobrir e provar que, contrariando os acordos internacionais, os negros tinham sido ilegal e criminosamente capturados em seu país africano, Serra Leoa, pelos espanhóis, e trazidos de navio para serem comercializados em Cuba.

Enquanto isso a rainha da Espanha, através de seus representantes, continua reclamando o navio e sua carga.

Mas o veterano advogado (Hopkins) consegue convencer os juízes e demais autoridades que os negros devem ser libertados e levados de volta, sob custódia americana, ao seu país de origem.

Um filme dramático, que espelha a crua realidade daquele tempo, em que os negros eram espancados até a morte no interior dos navios enquanto os demais assistiam a essas atrocidades sem poder fazer nada.

Numa destas terríveis passagens há uma cena de suicídio em que uma mãe, com o seu bebê, diante da inexorável barbaridade a que estão expostos, a um sinal de um de seus companheiros de infortúnio, senta-se na amurada do navio e em seguida se deixa cair de costas, no mar, com a criança no colo.

O ator negro Djimon Hounsou, considerado pela crítica, ao lado de Anthony Hopkins, um dos melhores atores de Amistad, teve de reaprender o seu dialeto de origem para interpretar o papel de líder dos negros.

Antes de se tornar ator de cinema, Djimon Hounsou tivera uma dramática história de vida. Quando menino, fugira do seu país africano para Paris em busca de melhores condições de sobrevivência. Lá, como menor de rua, teve que dormir ao relento e se alimentar de restos de comida jogados no lixo, até que o seu porte físico despertou a atenção de um artista e empresário da moda, que o recolheu e o transformou em modelo masculino. A partir daí começou também, paralelamente, a sua longa e premiada carreira artística e cinematográfica.

Este ator, ao lado do outro consagrado ator negro Morgan Freeman, do jovem advogado que os defendeu (Matthew McConaughey) e do veterano advogado protagonizado pelo ator britânico naturalizado americano Philip Anthony Hopkins, formam um grupo de amigos que, unidos, conseguem alcançar seus objetivos, valorizar suas atuações e justificar o título do filme, de Steven Spielberg, com roteiro de David Franzoni.

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