Conectora 3: novo eixo de desenvolvimento com indução pelo transporte

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Em palestra no Simpósio de Mobilidade Urbana Inteligente (evento com sigla em inglês SUM – Smart Urban Mobility), nesta segunda-feira (28/8), o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Reginaldo Reinert, apontou a Conectora 3 como novo eixo de desenvolvimento para a cidade com indução pelo transporte público. Ilustração:IPPUC

Em palestra no Simpósio de Mobilidade Urbana Inteligente (evento com sigla em inglês SUM – Smart Urban Mobility), nesta segunda-feira (28/8), o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Reginaldo Reinert, apontou a Conectora 3 como novo eixo de desenvolvimento para a cidade com indução pelo transporte público.

“Com a Conectora 3 estamos retomando a prioridade absoluta do sistema de transporte como elemento indutor e organizador do crescimento de Curitiba”, afirmou Reinert no evento promovido pela PUCPR e a University of Twente (Holanda) em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).

Desde o Caiuá (CIC) à Linha Verde na região do Hauer, e vice-versa, a Conectora 3 tem cerca de nove quilômetros de extensão. A integração proposta neste eixo segue o mesmo conceito das Estruturais, com canaleta exclusiva para os ônibus formando o sistema trinário de vias na ligação centro-bairro-centro. Para a execução do projeto, a Prefeitura está buscando recursos junto ao governo federal.

Novos Centros

Em sua explanação, o presidente do Ippuc, explicou que a nova estrutura linear de integração pelo transporte no sentido Leste-Oeste possibilitará a criação de novos polos dentro de uma proposta que contempla o transporte e o uso do solo aliado à preservação ambiental.

“Com os eixos Norte-Sul e a Linha Verde integrados à Conectora 3 e, futuramente, às demais conectoras, teremos a multiplicação de pontos de conexão a corredores de transporte. Isso cria diversas possibilidades de mudanças de destinos para os usuários”, disse.

A maior conectividade intermodal proposta para Curitiba a partir das conectoras prevê a integração delas com os seis os eixos de transportes já existentes: das estruturais Norte, Sul, Leste e Oeste mais o Boqueirão e a Linha Verde. No espaço vizinho ao encontro desses corredores estarão novos centros. “Essas novas centralidades estarão próximas dos corredores de transporte de alta capacidade a uma distância média de 1,5 km a 2 km. São opções de deslocamento que a cidade deixou de ter”, observou.

Reinert lembrou que a proximidade das estruturais foi o que fez funcionar o sistema de transporte no eixo Norte-Sul no início de sua implantação. De acordo com o presidente do Ippuc, nos primeiros mapas de transporte de Curitiba as distâncias percorridas pela população para acessar os eixos Norte e Sul eram relativamente pequenas. “A Conectora surge como um novo eixo que possibilita deslocamentos curtos para o acesso a três ofertas diferentes de transporte”.

Malha integrada

Já se foram 40 anos desde a implantação do Sistema Trinário no eixo Norte-Sul. Nesse período, Curitiba consolidou o transporte e o sistema viário desde o Cabral até o Portão. Há ainda espaços disponíveis neste eixo, tanto ao Norte quanto ao Sul, para a evolução do que prevê o planejamento, com a integração do uso do solo ao sistema viário induzido pelo transporte.

“A cidade tem espaço para o desenvolvimento. O que é preciso é organizar o comportamento de vizinhança. Quanto mais pontos de conectividade ao transporte maior será possível a integração de modais”, explicou o presidente do Ippuc.

Esse princípio, segundo Reinert, se estende à perspectiva metropolitana com a conformação da Rede Integrada para uma malha integrada de transporte que futuramente permitirá integrações diametrais não dentro da cidade polo, mas através de Curitiba.

“A mobilidade tem o deslocamento peatonal como princípio. Em todas as outras formas o cidadão está em um meio de transporte, seja individual ou coletivo. A prioridade de Curitiba neste cenário sempre foi e será o transporte coletivo”, afirmou Reinert.

* Com Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba

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