Alceu Wamosy, um poeta guerreiro

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Segundo um de seus  biógrafos, Enedy Rodrigues Till,  Alceu de Freitas Wamosy  nasceu em Uruguaiana, Rio Grande do Sul,  em 14 de fevereiro de  1895.  Era filho de pai húngaro e mãe brasileira.

Em 1913, quando ele  tem  18 anos,  sua família vai morar em Alegrete-RS, onde  seu  pai  funda o jornal  A Cidade que o poeta começa a administrar.  Nesse mesmo ano  publica “Flâmulas”, seu primeiro livro de poesias.

Em 1917, aos 22 anos,  em Sant’Ana do Livramento,  Alceu Wamosi  adquire o seu próprio jornal,  O Republicano, onde  começa a  escrever  uma série de artigos em favor dos republicanos  chimangos  (lenços brancos) ou pica-paus (lenços verdes)  e contra os federalistas  também chamados  de ‘maragatos’,  que usavam lenços vermelhos, embora os maragatos tenham sido apoiados  na Revolução Federalista  de 1893 pelos irmãos Saraiva (Aparício e Gumercindo)  que  por serem  do partido Blanco no Uruguai, misturaram seus lenços  brancos com os lenços colorados das tropas maragatas.

Em 1923, aos 28 anos,  publica o seu livro Coroa de Sonhos  e o seu mais famoso poema, Duas Almas, que é plagiado por um padre na Bahia, com o qual  concorre a um concurso literário.  O plágio é denunciado pelo poeta Coelho Neto, amigo de Wamosy,  fato  cuja repercussão torna  Alceu  Wamosy  e seu poema conhecidos nacionalmente.

No mesmo ano de 1923 acontece  a revolução   entre os  chimangos republicanos  (lenços brancos) favoráveis à posse do governador Borges de Medeiros  e  os  maragatos (lenços vermelhos)  que querem impedir a posse de Borges de Medeiros, entre os quais  o famoso general  Honório Lemes.    Do lado dos republicanos ou chimangos estão  o advogado  santanense  José Antonio Flores da Cunha, mais tarde general,  e o político alegretense Oswaldo Aranha   para garantirem  a  posse  de  Antonio Augusto Borges de Medeiros em seu quinto e último mandato como governador  do estado do Rio Grande do Sul.

Nessa revolução  Alceu  Wamosy   se alista como repórter  republicano ou chimango  e depois de ter sido gravemente  ferido no combate de Ponche Verde, nas proximidades do município de  Dom Pedrito-RS,  acaba vindo a falecer  em Santana do Livramento-RS,  no hospital da Cruz Vermelha, situado  num meio quarteirão  em frente à Praça General   Osório, quando o poeta pede  que ali mesmo  seja celebrado “in extremis”  o seu  casamento com  uma jovem de tradicional família santanense.   Assim, em 13 de setembro de 1923,  termina seus dias, aos 28 anos de idade, o poeta e guerreiro  Alceu Wamosy.

Seu busto em bronze e  placa em sua homenagem   encontram-se à entrada da Praça General Osório, em  Santana do Livramento-RS.

LM   (Artigo escrito com base nas informações contidas no Livro Santana do Livramento 150 Anos de História , do historiador Ivo Caggiani.)

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