Em busca da palavra perdida

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Sábios, filósofos e alquimistas de todas as épocas perambularam por várias regiões do planeta em busca do segredo da riqueza e da longevidade. Eles buscavam a arca do tesouro, a pedra filosofal, a chave que lhes abriria todas as portas ou, em síntese, a palavra perdida.

Hoje, passados muitos séculos, o homem ainda continua procurando essa mesma arca, a pedra filosofal e a palavra perdida.

Muitos livros a respeito foram escritos e instituições surgiram declarando serem depositárias deste conhecimento. Algumas organizações filosóficas, herdeiras das antigas tradições, dizem possuir o grande segredo, e o mantêm guardado a sete chaves.

E para que alguém possa compartilhar dele, reunindo uma boa condição econômica, determinadas virtudes ou qualidades morais, deve ser proposto e, se aceito, ingressar nesta ou naquela sociedade, fazer um juramento de que morre para a vida profana e ser iniciado em seus ‘mistérios’, para que gradualmente, por seu estudo e perseverança, obtenha esse maravilhoso poder capaz de lhe abrir todas as portas.

Na verdade, o grande segredo reside no interior de cada um, independente de sua condição sócio-econômica, a espera de ser revelado aos que o buscarem sinceramente dentro de si.

Um dos maiores mestres de ocultismo e de esoterismo de todos os tempos, considerado “o Príncipe de todos os videntes medievais”, foi um humilde cidadão chamado Jacob Boehme (1575 – 1624) que aprendeu sozinho a ler e a escrever, não estava vinculado a nenhuma ordem filosófica ou escola de mistério, e exercia a modesta profissão de sapateiro.

A exemplo do mestre Jacob Boehme, não seria rigorosamente necessário iniciar-se nesta ou naquela instituição filosófica ou espiritualista, mas simplesmente recolher-se em si mesmo, na solidão e no silêncio do seu retiro, seja ele qual for, entregar-se à meditação e formular alternativamente as seguintes perguntas: “Quem eu sou?”, “De onde venho?”, “O que estou fazendo aqui?” , “O que está por trás da escuridão dos meus olhos fechados? “ ,“Qual a minha missão neste mundo?”, “Qual o meu destino?”, “Como devo proceder para atingir meus objetivos?”

Aquele ou aquela que perseverar nesta prática não precisará buscar fora de si o conhecimento para desvendar os mistérios que estão guardados em seu interior e que poderão transformar a sua vida.

Isso pode levar algum tempo, dependendo da vontade, da sinceridade e da perseverança que cada um empregar neste propósito.

A própria Bíblia nos recomenda isto, pela palavra do Mestre Jesus, quando nos diz: “Entra em teu quarto, fecha a porta e ora ao Pai em silêncio”.

E o que é entrar em seu quarto, fechar a porta e orar em silêncio, mais do que se recolher em si mesmo, esteja onde estiver, e mentalmente falar com Deus ou formular ao seu Criador as perguntas cujas respostas deseja ouvir?

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