Curitiba vê sua cidade se transformar no centro de atuação da mídia durante a Lava Jata, em uma projeção inédita. Afinal o que isso significa para a capital paranaense e quem vive nela?
Maior investigação de corrupção, lavagem de dinheiro e esquemas de desvios de recursos públicos de toda a história do Brasil, a Lava Jato vem deixando uma marca indelével em Curitiba. É bem verdade que a capital paranaense se tornou o principal cenário da operação graças aos primeiros fatos investigados: a lavagem de ativos praticada em Londrina (a 380 quilômetros daqui) entre outras pessoas, por Alberto Youseef – doleiro que se tornou objeto de inquéritos, com colaboração direta prestada à 13a. Vara Federal Criminal de Curitiba, especializada em crimes financeiros.
O expediente era menor, no entanto, a partir daí os consequentes desdobramento da operação revelaram crimes ainda mais graves ocorridos no Paraná, tornando o estado um importante ponto de intersecção das investigações ocorridas Brasil afora. Tudo perfeito para monta a cena: desde 2014, quando surgiu a Lava Jato, os olhos do país se voltam a Curitiba a cada fase operacional e desembarque de nomes famosos da elite política e econômica do país envolvidos nessa intricada rede de corrupção.
É da sede da Justiça Federal, em uma das avenidas mais conhecidas da cidade, que o juiz federal Sérgio Moro comanda o julgamento em primeira instância dos crimes identificados na Lava Jato e profere sentenças que sacodem o Brasil.
E o curitibano entrou no clima de empolgação. Entre adesivos, camisetas e cartazes, há quem faça tour entre lugares relacionados à operação, como a Procuradoria da República, a sede da Justiça Federal, a superintendência da Polícia Federal e até mesmo o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, para onde são levados alguns presos da Lava Jato.
Publicado originalmente em veja de março de 2017 no especial de aniversário de Curitiba.